sexta-feira, 9 de abril de 2010

LIVRO II - PARTE 2 – 11 - “Carta de Carnaval”




Carta de Carnaval
Dezejando muita saúde a quem ler e ouvir esta carta.
Ca estou ca me encontro; sim porque se cá não esteve-se aqui não me encontrava, mas como eu estou, ca me encontro, eu, dezejo que não dezejo, mas se dezeja-se, dezejava, que não estive-se boa de saude, que não está; mas se estive-se estava.
Menina não sei como eido começar. Alias sei mas não quero começar, mas sempre começo, você deve conhecer um rapaz filho do meu Pai, e de minha Mãe, como eu sou que não sou, mas se fo-se era que não era, mas quero confesar-me, que não me confeço mas se confeça-se, confecava, que lhe tinha amor: que não tinha, mas se tive-se, tinha, e tudo era capaz de fazer por si que não faço, mas se fize-se era louco que não era, mas fou-se era, ate era capaz de a tirar debaixo do um comboio que não a tirava, mas se a tira-se atirava, uma hora depois, de o comboio passar, mas mesmo assim não a tirava, porque podia o comboio recoar, que não recoa-va, mas se recua-se recuava, podia me matar que não matava, mas se mata-se era por uma culpa que não era sua, mas se fou-se voçe teria alegria, que não tinha, mas se tive-se era por me ver partir, com as malas e bagajems, que não vê, mas se vi-se via, me santinho ir para o céu que vê porque se você vi-se alguma coisa, via que isto era uma carta de carnaval e que nada leva a nada. De um fulião que vende a menina por um tostão.


[sem data nem assinatura]



Bookmark and Share Imprimir artigoGuardar como PDF

Sem comentários:

Enviar um comentário

Post-Scriptum