segunda-feira, 30 de novembro de 2009

20 - UMA MENSAGEM DO ARCEBISPO DE CANTUÁRIA

EMBAIXADA BRITÂNICA

BOLETIM DE INFORMAÇÕES

SECÇÃO DE IMPRENSA – RUA DE S. DOMINGOS Á LAPA, 26 – LISBOA

N.º 253.

25/10/43

(Continuação)

UMA MENSAGEM DO ARCEBISPO DE CANTUÁRIA

Foi publicado o texto da mensagem da saudação do Arcebispo de Cantuária, ao Patriarca de todas as Rússias, mensagem de que foi portador o Arcebispo de York. Entre outras coisas, a mensagem diz:

“Seguimos com grande simpatia os sofrimentos do povo da Rússia nos dois últimos anos, e inspirados pelo patriotismo e pela constância da Igreja russa na sua Fé em Deus e no Nosso Salvador, Jesus Cristo, esperamos que êsse povo chegue ao têrmo dos seus sofrimentos. Partilhamos com todos os nossos concidadãos a admiração pela heroica resistência do povo russo e pela ofensiva do exército vermelho contra o agressor traiçoeiro. Olhámos com confiança para o futuro, quando as fôrças diabólicas do fascismo tiverem sido destruídas, estabelecendo-se uma paz verdadeira que torne possível a plena realização da fraternidade das nações e na comunhão do trabalho de todos os povos cristãos.”



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quinta-feira, 26 de novembro de 2009

19 - ENTRE O MARTELO E A BIGORNA


EMBAIXADA BRITÂNICA

BOLETIM DE INFORMAÇÕES

SECÇÃO DE IMPRENSA – RUA DE S. DOMINGOS Á LAPA, 26 – LISBOA

N.º 253.

25/10/43

(Continuação)

ENTRE O MARTELO E A BIGORNA

Na sua mensagem de 18 de Setembro ao Congresso, o Presidente Roosevelt, ao falar da situação militar na frente oriental, disse:

“Nêste verão não houve qualquer ofensiva com êxito na Alemanha, na Rússia; como houvera em 1941 e em 1942. Em vez disso, os russos infligiram o maior revez militar depois da retirada de Napoleão em 1812. A retomada de Kharkov, Estaline e outras fortes posições pelos russos, abrindo-lhes a Ucrânia e a bacia do Doneta e libertando milhões de valiosos hectares e centenas de povoações, fêz sentir a todo o mundo que a campanha russa caminha para a expulsão de todos os alemães do território russo; mais ainda – caminha para a invasão da própria Alemanha.

Durante êste verão os russos atacaram a linha que os alemães consideravam, confiadamente, inexpugnável. Verificou-se que essa linha era vulnerável e o exército russo ultrapassou ainda a segunda linha de reserva – a linha de Desna. Aqui, numerosas fortificações ao longo da barreira formada pelo rio, eram defendidas por poderosos efectivos alemães. A ofensiva de verão, que dura já há 11 semanas, é a mais longa, mantida por qualquer exército, na história militar do mundo. Em todas as frentes o ritmo da ofensiva russa aumenta e em muitos pontos atingiu a rapidez da “guerra relâmpago”.”

No dia da queda de Briansk, o capitão Sertorius, porta-voz do supremo comando alemão, dizia que a defesa alemã se tornára cada vez mais “elástica”. Mas, na realidade, os alemães encontram-se hoje na Rússia “entre o martelo e a bigorna”. Se não retirarem, os exércitos russos ameaçam-nos com uma série de grandes e pequenas “batalhas de Estalinegrado”. Se marcham muito depressa, arriscam-se a ficar inteiramente aniquilados.

É evidente que os alemães podem aproveitar uma pausa para proceder a nova distribuição das suas fatigadas tropas, mas estas não têm deante de si mais do que a perspectiva dum inverno russo, estação em que, como ficou demonstrado nos dois anos anteriores, não podem combater num pé de igualdade contra os russos.





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terça-feira, 24 de novembro de 2009

18 - A FAVOR DAS CRIANÇAS POLACAS


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N.º 253.

25/10/43

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A FAVOR DAS CRIANÇAS POLACAS

No dia 26 de Setembro, todos os países livres se hão-de reunir numa grande manifestação de protesto contra o sistema de perseguições, de sofrimentos e privações que pesa sôbre as crianças na Polónia ocupada. A iniciativa dêste protesto foi lançada por Lady Anstruther, presidente do Fundo de Auxílio à Criança Polaca, numa reunião especial dos representantes de numerosas organizações e sociedades de socôrro às crianças, reunião essa efectuada no dia 9 de Agôsto em Londres.

Eis o texto do protesto votado nessa assembleia:

“Os abaixo assinados exprimem a sua indignação mais profunda e protestam com maior fôrça, contra o cruel tratamento das crianças polacas. A perseguição às crianças faz parte do plano alemão que visa a exterminação biológica da raça polaca. Arrancados aos seus pais, esfomeados, sovados, muitas vezes torturados, êsses pobres pequenos seres humanos encontram-se expostos a provações sem precedentes na história. Não são apenas as torturas físicas que as crianças polacas têm de suportar; ao mesmo tempo vêm-se privadas de toda a possibilidade de educação, da vida de família, da assistência religiosa, sabendo-se também que se tenta arrancá-las à sua nacionalidade.”



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segunda-feira, 23 de novembro de 2009

17 - PROPORÇÕES ESTRATÉGICAS


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N.º 253.

25/10/43

“PROPORÇÕES ESTRATÉGICAS”

No próprio dia em que os americanos desembarcavam na África do Norte, exactamente no dia 8 de Novembro de 1942, Rudolf Kirchmer, um dos mais sérios comentadores da imprensa nazi, consagrava no “Frankfurter Zeitung” um interessante artigo sôbre as “proporções estratégicas” desta guerra. A sua intenção era demonstrar que os anglo-americanos “se iludiam” sôbre “o plano estratégico” que tinham e que era inteiramente fora de proporções. Pelo contrário – dizia – “o plano de guerra alemão executa-se desde o princípio com uma lógica automática”.

As surpresas que sobreviessem – como a resistência britânica e a resistência russa – causaram, segundo o jornalista nazi, uma mudança – unicamente no ritmo, mas não na linha fundamental.

Da mesma forma que “o aspecto geral da guerra continuava imutável”, os “êxitos locais” não eram de alcance bastante para modificar a situação. Êstes “èxitos locais” sem importância eram os alcançados pelo 8º Exército Britânico no Egito. O facto de Rommel ter retirado um pouco tinha sòmente “uma importância limitada”. O “essencial” era que a “supremacia militar das potências do Eixo na Líbia ficasse intacta”. Por outro lado, entre o Delta do Nilo e a Tripolitânia, havia um “imenso território”, e enquanto os inglêses não alcançassem Tripoli, não tinha importância o avanço dêles no deserto.

O jornalista nazi concluía: “Na África a proporção estratégica não é determinada por um plano, ou por um êxito anglo-americanos, mas unicamente pela acção das potências do Eixo.”

No momento em que estas linhas apareceram, a situação na África do Norte já sofrera uma mudança radical, após o desembarque americano. E depois com os “êxitos locais” do 8º Exército Britânico transformados em grandes vitórias, chegou-se a pôr a Itália fora de combate. E as acontecimentos demonstraram que o único verdadeiro plano éstratégico era aquêle de que Winston Churchill falou com firme e legítimo orgulho no seu último discurso na Câmara dos Comuns, isto é, a libertação do Mediterrâneo. Ao passo que o plano alemão era o célebre “plano Rommel” na “defesa elástica”.

Hoje são os alemães que perderam completamente o sentido das “proporções estratégicas”, ao conseguirem a “libertação” de Mussolini, dando-lhe a importância de um acontecimento capaz de alterar o curso da guerra!



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sexta-feira, 20 de novembro de 2009

16 - OS ÊXITOS DO EX-EIXO


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N.º 254.

29/9/43

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OS ÊXITOS DO EX-EIXO.

Depois de os alemães terem ocupado Roma, os japoneses tomaram conta da concessão italiana de Tien-Tsin.

Não se pode dizer que os restos do ex-Eixo não se encontram activos.

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quinta-feira, 19 de novembro de 2009

15 - METAMORFOSES


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N.º 254.

29/9/43

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METAMORFOSES.

O comunicado do Grande Quartel General do Führer de 22 de Setembro diz: “Insurrectos eslovacos, em operação com comunistas italianos e bandos vindos da Croácia, tentaram apoderar-se do poder da parte oriental da Venécia.”

Para os que não compreendem bem êste comunicado acrescentamos que os tais “comunistas” italianos de que nêle se fala são os soldados italianos que se conservaram fiéis ao seu Rei. Metamorfosearam-se automaticamente em “comunistas” desde que não se batem ao lado dos alemães.




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quarta-feira, 18 de novembro de 2009

14 - A DIFERENÇA



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N.º 254.

29/9/43

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A DIFERENÇA.

A propaganda nazi pretende que se os russos atacam – e naturalmente avançam – é… graças à estratégia do alto comando alemão que os … obrigou a tal. O locutor da Deutschlandsender, Dr. Otto Krieg, defendia muito a sério, no dia 31 de Agôsto, que Estaline… não pode deter as fôrças que “foi obrigado” aa lançar ao ataque, devido à estratégia do alto comando alemão! Por outras palavras, não pode … impedir os exércitos russos de vencer!

No pensamento dos propagandistas nazis esta… “impotência” de Estaline deve consolar o povo alemão que preferiria antes ver a Wermacht paralizar o avanço russo.

Por outro lado, a mesma propaganda nazi pretende também que, se os exércitos alemães retiram da Rússia, o fazem “segundo um plano”, quere dizer, por sua própria vontade.

Ora, nós temos a confissão formal de que na verdade são os russos que os obrigam a recuar. Um comunicado de Berlim, datado de 15 de Setembro, afirma que os movimentos de retirada dos exércitos alemães, por “metódicos” que sejam, “estão relacionados com a forte pressão dos sovietes”. Êste comunicado fala mesmo do “cilindro compressor” da infantaria russa; e acrescenta que os movimentos de recúo dos exércitos alemães “são agora mais pronunciados”.

A diferença entre as duas estratégias, a alemã e a russa, é, em resumo, esta: Os alemães forçam os russos a avançar e a vencer; ao passo que os russos obrigam os alemães a retirar.



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segunda-feira, 16 de novembro de 2009

13 - O “COMPLEXO DE INFERIORIDADE” ALEMÃO



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N.º 254.

29/9/43

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O “COMPLEXO DE INFERIORIDADE” ALEMÃO.

Um diário da imprensa regional nazi reconhece, do seguinte modo, a falta de ânimo dos alemães na derrota:

“Há pessoas que só são fortes enquanto aparecem numerosos comunicados especiais. Depois, falam com tamanho espalhafato dos nossos herois que o soldado da frente, se os ouvisse, até ficaria agoniado. Logo que se registam revezes ou fracassos, na frente, começam, confortavelmente, a fazer profecias sombrias.”

Por seu turno o “Vestmanlands Lans Tidningen”, de 13 de Julho, citando o “Brusseler Zeitung”, comenta o mesmo estado de espírito: “O complexo de inferioridade alemão, diz o jornal, é particularmente visível durante os períodos em que o O.K.W. não transmite comunicados especiais de vitória. Em tôda a nossa história, de há uns mil anos a esta parte, nunca conseguimos, infelizmente, dominar por completo êste complexo.”


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quinta-feira, 12 de novembro de 2009

12 - O ECLIPSE DOS UNIFORMES NAZIS

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N.º 254.

29/9/43

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O ECLIPSE DOS UNIFORMES NAZIS.

Um jornal do Ruhr, de 1º de Agôsto passado, publica uma ordem do dia às S.A. nos distritos bombardeados, na qual se diz:

“Ordena-se que a partir de hoje todos os chefes políticos e homens das S.A. devem trazer o uniforme, nas condições em que o permitam as circunstâncias. Os homens que trajam à paisana devem trazer a braçadeira com a suástica ou as braçadeiras de serviço da A.R.P..”

O uso obrigatório do uniforme nazi para os membros do partido pretende provàvelmente pacificar o espírito dos cépticos que, como acentuava outro jornal do Ruhr, depois de um ataque aéreo:

“Pregunta-se, onde se encontram os nossos chefes políticos? Não se vê qualquer uniforme.”



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quarta-feira, 11 de novembro de 2009

11 - CONTRÀRIAMENTE


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29/9/43

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CONTRÀRIAMENTE.

…Ao que afirmou o professor Speer, dizendo que a produção alemã aumentara, o “Volkswirtschaftliche Korrespondenz”, segundo a D.N.B., em 8 de Setembro, diz:

“A produção de armamentos deve conseguir-se e há-de conseguir-se, o que até agora não se tem conseguido, aumentar para o seu rendimento máximo.”




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terça-feira, 10 de novembro de 2009

10 - A DESTRUIÇÃO DE NÁPOLES


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A DESTRUIÇÃO DE NÁPOLES.

À medida que as tropas Aliadas se aproximam, os alemães saqueiam, incendeiam e destroem Nápoles.

Observadores na ilha de Procida comunicam que a cidade está completamente encoberta por núvens de fumo negro e que se ouvem constantes explosões, o que mostra quão grande deve ser a escala das destruições na cidade. Os refugiados que chegam às linhas Aliadas declaram que os italianos em Nápoles são tratados com enorme brutalidade pelos alemães. Ser encontrado à noite nas ruas, significa a morte. As patrulhas dos soldados alemães não avisam: atiram imediatamente.



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segunda-feira, 9 de novembro de 2009

09 - A SABOTAGEM NA CHECO-ESLOVÁQUIA

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A SABOTAGEM NA CHECO-ESLOVÁQUIA.

Intensificou-se grandemente a actividade sabotadora na Boémia e na Morávia, o que tem causado cada vez mais embaraços aos alemães. As coisas devem ter ido muito longe pois que as autoridades nazis, que durante muito tempo não admitiam a sabotagem e por isso não publicavam as penas de morte, na semana passada anunciaram de novo a execução de 5 checos. Todos êles trabalhavam numa fábrica de armamento na Morávia. Eram acusados de actos de sabotagem.




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sexta-feira, 6 de novembro de 2009

08 - REAPARIÇÃO DO “PERIGO BOLCHEVISTA”


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N.º 254.

29/9/43

(Continuação)

N.º 254.

Pág.2

REAPARIÇÃO DO “PERIGO BOLCHEVISTA”.

Durante as últimas semanas o “fantasma bolchevista” retomou o seu lugar no centro da propaganda nazi. Esta fala de novo da “ameaça vermelha”, querendo assim significar que o clarão vermelho voltou a brilhar sôbre Berlim: é sempre nos momentos da fraqueza alemã que a propaganda revive êste tópico.

A primeira grande campanha foi lançada em Fevereiro de 1942, quando a primeira ofensiva soviética de inverno tomara os alemães de surpresa. A segunda foi lançada em Março de 1943, quando os exércitos russos faziam recuar os alemães para Bielgorod, e quando Rommel era perseguido através do norte de África. A terceira está agora a desenvolver-se.

Desta forma, o “perigo bolchevista” é uma espécie de barómetro infalível.



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quinta-feira, 5 de novembro de 2009

07 - PALAVRAS DE SABEDORIA

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N.º 254.

29/9/43

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PALAVRAS DE SABEDORIA.

No discurso que Sir Samuel Hoare, Embaixador Britânico em Madrid, pronunciou no dia 20 em Chelsea, disse, entre outras coisas:

“O perigo para a Europa não está na influência russa, mas sim no isolamento russo. Se se teme o comunismo, devemos pôr a casa em ordem de tal forma que o estado político e social não exija qualquer alteração. Se os Aliados garantirem alimentação e ordem a Europa, será ainda maior obrigação de todos os povos continentais fazerem o máximo que estiver ao seu alcance para afastar as causas de descontentamento político e social. Acolhamos com agrado a Rússia na comunidade dos povos europeus, ficando-lhe gratos pelo auxílio maravilhoso dos exércitos soviéticos, sem qualquer preconceito contra as lições que todos poderemos aprender da experiência russa, e resolvidos que, no que a cada um cabe, faremos o máximo e o melhor que pudermos para bem dos nossos países e da Europa continental.”




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quarta-feira, 4 de novembro de 2009

06 - SINTOMAS DE DESNORTEAMENTO


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N.º 254.

29/9/43

SINTOMAS DE DESNORTEAMENTO

Quanto mais crítica se torna a situação militar da Alemanha, mais estúpida é a propaganda nazi. O seu último achado é êste: que a retirada das fôrças alemãs a leste se efectua… de acôrdo com os russos!

O alvo dos alemães ao lançarem semelhantes idiotices é evidente. Pretendem, antes de mais nada, desculpar a derrota sem precedentes da Wehrmacht, na frente oriental, apresentando-a não como “uma retirada estratégica” mas como uma “manobra política”. Em segundo lugar, pretendem semear a discórdia e desconfiança entre as Nações Unidas e paralizar assim os esforços combinados na direcção da guerra. A crise que a Alemanha atravessa actualmente perturbou a tal ponto o espírito dos dirigentes nazis, que êsses infelizes julgam que basta dizer encontraram-se Berlim e Moscovo de acôrdo para impedir os Aliados da Rússia de abrir a segunda frente com mêdo de se encontrarem subitamente com todo o exército alemão voltado contra êles!

Ora, o que actualmente se está a passar na frente oriental é muito simples. Se os exércitos alemães recuam a leste é pura e simplesmente porque são derrotados pelos russos, Pois, de outra forma, seria preciso também admitir que existe… um acordo entre os alemães e os inglêses uma vez que os exércitos germânicos recuaram na África do Norte, na Tunísia, na Sicília; e estão também a recuar agora na Itália. Há um ano que a Wehrmacht é batida em todos os campos de batalha; e o mito da sua “invencibilidade” foi destruído. Eis a verdade nua e crua que nenhuma propaganda será capaz de ocultar!

“A leitura dos comunicados alemães”, nota o “Journal de Genève”, de 22 de Setembro, “deixa perceber claramente que o motivo essencial da retirada alemã na Rússia – e também na Itália – é a crise dos efectivos.” E êsse jornal neutro conclue:

“O mapa da guerra é demasiado grande para os recursos militares da Alemanha, após quatro anos de incessantes combates.”

Com efeito, os comunicados alemães confessam que “os movimentos de retirada” das fôrças alemãs a leste “estão relacionados com a forte pressão dos sovietes” (Interinf, em 15 de Setembro de 1943). Por outro lado, o informador militar do Ministério da propaganda do Reich declarava no dia 21 de Setembro aos correspondentes estrangeiros em Berlim que a retirada dos exércitos alemães na Rússia “era causada pela insuficiência de reservas e pelos desembarques Aliados na Itália”. Também, enquanto se espera a criação da segunda frente, a abertura da frente italiana contribuiu para enfraquecer a frente alemã na Rússia.

As idiotices espalhadas aos quatro ventos pela propaganda nazi não passam de um grave sintoma de desespêro que reina actualmente nos meios-dirigentes alemães. Na sua alucinação, a propaganda nazi apenas confessa que a situação militar tomou para a Alemanha aspectos catastróficos.



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terça-feira, 3 de novembro de 2009

05 - SACRIFIQUEM A POLÓNIA AOS SOVIETES…


Serviço de Informação

da

Legação da Alemanha

BOLETIM SEMANAL

LISBOA, 25 de Setembro de 1943

R. Buenos Aires, 25-r/c.E.

(Continuação)

«SACRIFIQUEM A POLÓNIA AOS SOVIETES, COMO REFÉM ! »

O «Daily News», de Nova-Iorque, faz uma proposta prática para a constituição dum «better world», que exige que a Rússia, apesar das cláusulas opostas na «Carta do Atlênctico», prometa à Finlan-

[Este Boletim encontra-se incompleto, termina aqui]





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segunda-feira, 2 de novembro de 2009

04 - UM JORNAL SUECO AVISA…


Serviço de Informação

da

Legação da Alemanha

BOLETIM SEMANAL

LISBOA, 25 de Setembro de 1943

R. Buenos Aires, 25-r/c.E.

(Continuação)

UM JORNAL SUECO AVISA, PERANTE O PERIGO COMUNISTA

«Helsingberg Dagblad», em artigo de fundo, previne contra o crescente poderio dos comunistas junto das massas operárias suecas. Os rumores de que a democracia social é o melhor bastião contra o comunismo – é o que sempre se ouve dizer – perdem cada vez mais a sua razão de ser. A crescente fôrça dos comunistas suecos é um prenúncio desagradável. Uma União Soviética que domine também o Norte, apresentaria, naturalmente, um forte partido comunista sueco para a auxiliar nos seus instintos. Então reconhecer-se-ia, na Suécia; onde se poderia encontrar a quinta coluna. Nessa altura seria já demasiado tarde.


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