quinta-feira, 26 de novembro de 2009

19 - ENTRE O MARTELO E A BIGORNA


EMBAIXADA BRITÂNICA

BOLETIM DE INFORMAÇÕES

SECÇÃO DE IMPRENSA – RUA DE S. DOMINGOS Á LAPA, 26 – LISBOA

N.º 253.

25/10/43

(Continuação)

ENTRE O MARTELO E A BIGORNA

Na sua mensagem de 18 de Setembro ao Congresso, o Presidente Roosevelt, ao falar da situação militar na frente oriental, disse:

“Nêste verão não houve qualquer ofensiva com êxito na Alemanha, na Rússia; como houvera em 1941 e em 1942. Em vez disso, os russos infligiram o maior revez militar depois da retirada de Napoleão em 1812. A retomada de Kharkov, Estaline e outras fortes posições pelos russos, abrindo-lhes a Ucrânia e a bacia do Doneta e libertando milhões de valiosos hectares e centenas de povoações, fêz sentir a todo o mundo que a campanha russa caminha para a expulsão de todos os alemães do território russo; mais ainda – caminha para a invasão da própria Alemanha.

Durante êste verão os russos atacaram a linha que os alemães consideravam, confiadamente, inexpugnável. Verificou-se que essa linha era vulnerável e o exército russo ultrapassou ainda a segunda linha de reserva – a linha de Desna. Aqui, numerosas fortificações ao longo da barreira formada pelo rio, eram defendidas por poderosos efectivos alemães. A ofensiva de verão, que dura já há 11 semanas, é a mais longa, mantida por qualquer exército, na história militar do mundo. Em todas as frentes o ritmo da ofensiva russa aumenta e em muitos pontos atingiu a rapidez da “guerra relâmpago”.”

No dia da queda de Briansk, o capitão Sertorius, porta-voz do supremo comando alemão, dizia que a defesa alemã se tornára cada vez mais “elástica”. Mas, na realidade, os alemães encontram-se hoje na Rússia “entre o martelo e a bigorna”. Se não retirarem, os exércitos russos ameaçam-nos com uma série de grandes e pequenas “batalhas de Estalinegrado”. Se marcham muito depressa, arriscam-se a ficar inteiramente aniquilados.

É evidente que os alemães podem aproveitar uma pausa para proceder a nova distribuição das suas fatigadas tropas, mas estas não têm deante de si mais do que a perspectiva dum inverno russo, estação em que, como ficou demonstrado nos dois anos anteriores, não podem combater num pé de igualdade contra os russos.





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